O motivo de estes
transtornos estarem tão em voga é que nem sempre conseguimos detectar o
‘inimigo’ ou o que nos causa ansiedade. Somos bombardeados por milhões de
informações o tempo todo e às vezes só de ver o noticiário nosso Sistema
Nervoso Autônomo (SNA) já entra em ação gerando uma série de respostas
fisiológicas chamada reação de Luta/fuga. A reação de Luta/Fuga é disparada no hipotálamo
e nos acompanham desde a época que nossos antepassados caçavam mamutes. Está
reação foi essencial para a nossa evolução pois nos capacitavam a fugir caso
estivesse em desvantagem ou lutar e caçar a sua janta. Nosso corpo reage a situação
disparando adrenalina e outros hormônios gerando: dilatação da pupila, diminuição da salivação, dando a sensação
de boca seca; aumenta a frequência cardíaca para mandar uma dose extra de
oxigênio aos músculos e a respiração acelera, tornando-se superficial (torácica,concentra-se
no peito). Esse tipo de respiração acelerada desencadeia uma reação orgânica
que produz o ácido lático, gerando maior energia nas fibras musculares para
fugir ou lutar. Com essa descarga de energia do músculo, a temperatura corpórea
aumenta e gera a sudorese. Como hoje já não fugimos literalmente correndo do
que nos apavora nem lutamos fisicamente contra o que nos oprime, sofremos o
grande desconforto e tensão muscular provocados por essa descarga de energia. No
processo fuga/luta, pode ocorrer reações fisiológicas extremas como tonturas,
desmaio e vômitos. A maneira mais prática de desativar o SNA é através do
controle da respiração, o que reduz bastante todas sensações desagradáveis
(HOCKENBURY, 2003).
Identificar e corrigir as Distorções
Cognitivas, ou seja, cognições errôneas percebidas e interpretadas pelo cliente,
é de grande utilidade para a aquisição e manutenção do novo repertório de
respostas a situações que nos geram ansiedade. Desconstruir essas distorções
mediante alternativas mais adaptativas, ajudar o cliente a ser mais flexível em
seus e esquemas de funcionamento.
Os Esquemas muitas vezes produzem auto-regras,
modos de operar, como o comportamento evitativo e autocrítico são os mais frequentes.
De acordo com o modelo comportamental, o
comportamento evitativo (por meio de fuga e/ou esquiva) é mantido pelo não
contato com a situação ansiogênica e temida. Este comportamento é mantido
enquanto o cliente segue evitando ou esquivando-se. ‘Boas desculpas’ são
elaboradas para evitar a experiência indesejada e/ou imaginada. Na maioria dos
casos, a pessoa ignora as variáveis que controlam o comportamento. Uma vez que
a pessoa não consegue descrever o processo que está passando, reforça a regra
que mantém o comportamento disfuncional indesejado. Um comportamento é
disfuncional quando cerceia e/ou limita a vida do cliente.
Tratar o transtorno de ansiedade é um processo
que a Terapia Cognitiva Comportamental conhece bem e atua de forma eficiente
com resultados comprovados.
Cris Cordal
Psicóloga
CRP 07/19858
Psicóloga
CRP 07/19858
HOCKENBURY, D.H.; HOCKENBURY, S. Descobrindo a Psicologia. Tombré-Barueri:
Manole, 2003